domingo, 3 de maio de 2009

Dia da Mãe



Hoje é dia da Mãe.

Como mãe é um dia alegre, como filha um dia muito triste.
É o 1º dia da mãe que passo sem a minha.

Resolvi ilustrar este post, com os retratos dos meus pais pintados pelo Sidónio em 1959.
Nesta altura, o dia da mãe era comemorado no dia 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, uma data importante para os católicos. Daí que os meus pais o tenham escolhido para o dia do seu casamento.

Nessa altura não havia presentes nem publicidade ao dia. A ideia comercial de se comemorar o dia da Mãe , nasce nos anos 80 quando o dia foi alterado para o 1º domingo de Maio.
Não sei qual o motivo desta mudança, para muitos dessa geração, o dia da Mãe ainda é o 8 de Dezembro .

Durante os anos em que fui filha, nunca deixei de manifestar o meu amor e agradecimento pelos valores que os meus pais me ensinaram, contudo, quando nos confrontamos com a sua ausência achamos sempre que faltou dizer qualquer coisa, e que devíamos ter feito mais.

Para além dos Valores que me transmitiram e o Amor que me dedicaram, o Amor que os meus Pais tinham um pelo outro foi o que mais me marcou na vida.
Nunca assisti a uma discussão e frequentes eram as manifestações de amor e carinho entre eles.

A saudade é enorme.

O meu pai partiu de repente e cedo de mais, felizmente os 18 anos que com Ele passei foram intensos e cheios de coisas boas.

Como todas as mães, a minha também tinha defeitos, mas as virtudes eram muitas mais, sempre que precisei Ela lá estava. Daí, que eu tenha tentado estar lá, sempre que Ela de mim precisou.
Questiono-me, se tudo o que fiz foi correcto e suficiente. De uma coisa tenho a certeza, se as posições se invertessem Ela teria feito muito mais e melhor. Eu não consegui iguala-la.

Durante a sua vida, a minha mãe travou várias batalhas, sempre com estoicidade, mas na última e derradeira, foi injustamente vencida.

Mas, foi precisamente nos derradeiros momentos da sua vida que ela melhor mostrou a fibra de que era feita.
A forma como se conformou e enfrentou a doença que lhe roubou a vida, foi uma lição de vida para mim, família e amigos próximos.

Apesar de sofrer de uma doença incurável, terrível que tudo paralisa menos a forma de pensar e raciocinar, recebia-nos sempre de sorriso na boca, desenvolveu esquemas de autonomia fantásticos de forma a retardar a dependência dos outros. Nunca se queixou nem se questionou porquê ela. Aceitou sempre o que de mau a vida lhe deu, e não foi pouco.
Foi com coragem que aceitou a morte e tranquila partiu.

Se há heroínas Ela é uma delas.

Obrigado Mãe pela coragem e exemplo.

Onde quer que estejam acreditem, serão sempre lembrados e os valores por vós ensinados aos vossos netos transmitirei.

2 comentários:

  1. Um beijinho para ti Ana...
    Marta

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  2. Acredita, onde estiverem...eles velam por nós.
    Temos que acreditar em alguma coisa...
    Beijo grande
    Alice

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