
Há algum tempo e a propósito deste
post fui abordada pela proprietária do
Museu de Artes e Ofícios de Grijó, um museu particular fruto do amor da sua proprietária por objectos antigos e pela sua determinação em preservar objectos de trabalho e da vida quotidiana de outros tempos.
Como afirma no livro do Museu " A valorização dos costumes e ofícios de outros tempos, passa por mantê-los vivos perante os olhos das novas gerações."

Como podem ver nesta página do livro, o Museu tem no seu acervo uma máquina eléctrica com agulha para apanhar malhas nas meias. Esta agulha é idêntica à
minha . Nesta foto ainda tinha a ponta que por sinal se encontrava ligeiramente torta e que, numa tentativa de a endireitar o Sr.Ernesto ( colaborador na recuperação e manutenção das peças do museu) acabou por partir.
Na tentativa de encontrar uma nova agulha recorre à net e descobre no meu Blog uma agulha igual à que tinha sofrido o acidente. A esperança de voltar a ter a sua máquina a funcionar renasce. Contacta-me convencida que eu teria algumas pontas de agulha em stock.

Infelizmente o que herdei, foi exactamente e só o que tinha fotografado. Trocámos emails e nºs de telefone. Na 1ª conversa telefónica prometi à Fernanda que faria todos os possíveis para encontrar a agulha que ela tanto gostaria de restituir ao seu Museu.
Fiz vários telefonemas, enviei emails a amigos e conhecidos, coloquei um post no Facebook, pus a família na Madeira e em Inglaterra à procura e... como diz o ditado "Quem procura sempre encontra", consegui encontrar o que procurava, curiosamente estava mesmo ao meu lado.

Assim que a vi e a tive em meu poder contactei a Fernanda dando-lhe a novidade.
Curioso foi que durante meses quer a Fernanda quer eu procurámos a agulha sem sucesso e praticamente na mesma altura ambas descobrimos a dita.
A Fernanda consegue a ponta para a sua agulha e consegue que lhe ponham a máquina a funcionar em pleno. Na mesma altura foi-lhe oferecida a hipótese de comprar uma nova agulha contudo, a oferta não lhe agrada, por a ser mais recente e sem história. e acaba por não a comprar.
Assim que viu as fotos que lhe enviei ficou radiante pois era esta a agulha que tanto procurara.

Com cuidado embalei o pequeno tesouro e fi-lo chegar em condições ao destino.
Fiquei muito feliz por ter conseguido encontrar a agulha que a Fernanda tanto procurava.
Há peças que merecem ser preservadas e o local ideal, para esta agulha, é neste Museu

A agulha que procurámos tanto pode ser usada electricamente, acoplada à máquina que funciona por vacuum, como manualmente. Mas existem agulhas que só funcionam manualmente, um exemplo são estas da foto de cima. Uma agulha metálica, idêntica à da foto, também existe no acervo do Museu.
A proprietária destas peças é uma prima minha também ela preserva peças com história e tendo várias achou por bem disponibilizar ao Museu a peça que a sua proprietária procurava e, sabendo o quanto eu gosto destas preciosidades acabou por me oferecer estas duas fantásticas agulhas manuais.
Obrigada Guida, sou uma sortuda e estou muito feliz.

Uma história com final feliz numa semana em que recebi vários presentes.