sábado, 12 de dezembro de 2009

Lustre by my self




Há muitos anos que queria conceber um lustre para a zona de refeições a partir dos muitos candeeiros que fui herdando.
Sabia de antemão que não seria tarefa fácil e que iria precisar de ajuda e muita paciência.

Este verão comecei a empreitada. O meu lustre já dá luz, já está colocado no seu devido lugar mas ainda não está totalmente acabado, isto porque ainda não me decidi como o finalizar. Tenho algumas ideias, para uma delas falta-me o material e cá em Faro não encontro.

Ao longo das fotos que lhes vou mostrar, irei contar as dificuldades com que me deparei e algumas asneiras que fiz.





Eram 7 os candeeiros que tinha para retirar peças. Estavam carregados de pó, pois  alguns deles tinham estado muitos anos pendurados e fechados em casas sem a companhia de alguém para deles cuidarem.

Comecei por retirar as lâmpadas e como o pó me faz alergia não estive com meias medidas: Foi de mangueirada para cima até a "porcaria" maior sair .

Devem estar a pensar: água e electricidade não joga! mas depois do banho, as peças estiveram muitas horas debaixo de sol ardente a secar e ficaram super secos, sem qualquer vestígio de água.





Depois da sujeira maior sair, comecei por desmanchá-los peça por peça. Aqui fiz a 1ª asneira, Nunca se deve retirar os fios eléctricos dos candeeiros antigos pois estes irão servir de "guia" para os novos fios.

Depois de todas as peças retiradas e separadas voltei a lavá-las até ficarem sem qualquer vestígio de pó. A limpeza dos vidros foi fácil, mas a limpeza dos metais obrigou-me a usar alguns produtos próprios, escovas de arame, escova de dentes,etc.

Nunca tive a preocupação de obter peças muito brilhantes pretendia que ficassem limpas de pó mas nunca quis retirar-lhes a idade.




































Tentei separar as peças por famílias e guardei-as em caixas de plástico.
Entre umas idas à praia e uns crafts à mistura os dias iam passando, alguns dos amigos que me visitavam achavam a empreitada impossível outros comentavam que só eu, para levar a cabo a mesma, outros ainda que eu não paro de inventar.

Todo este trabalho foi feito no quintal da casa da praia, de dia espalhava tudo. Limpava, desmanchava, punha a secar, à noite com medo que o vento ou os gatos vadios me espalhassem as coisas e elas se partissem, guardava tudo.





Várias foram as tentativas para dar forma ao Lustre, sabia e queria utilizar o maior nº de peças de vidro que tinha, mas havia peças com rosca diferente e não encaixavam umas nas outras.
O "Prof. Pardal" foi acompanhando sempre o processo,  motivando e aparecendo com material, umas vezes aparecia ou com um varão roscado, outras com umas anilhas o que me facilitou e muito  a junção das peças.





O Victor, electricista de profissão, também me arranjou um fio eléctrico fino que já não se fabrica e que segundo ele é o ideal para estas coisas,  riu-se bastante quando me viu de mangueira na mão e quando se apercebeu que eu tinha retirado os fios velhos que serviriam de guia fez um expressão que dizia tudo, interpretei como: " não me parece que dali vá sair um candeeiro, quanto mais um Lustre".

As férias acabaram e eu não tinha conseguido encaixar tudo por falta de peças, havia que desenhar e fazer uma por medida. Para isso era necessário uma chapa metálica e um torno, lembrei-me de alguém que tem uma oficina super bem equipada e que não há ferramenta ou maquinaria que não possua.

Não era um carro antigo para restaurar que eu queria, era só uma peça com 6 furos.
Aqui, o Prf. Pardal transformou-se em arquitecto, desenhou-me em autocad a peça à escala, e munida do projecto, fui "cravar" o meu querido colega de escola o Emanuel para me fazer a dita cuja.




Nunca pensei que fazer uma chapa redonda com seis buracos de dois tamanhos diferentes desse tanto trabalho, durante todo o processo, falámos dos nossos tempos de escola, foi bom e serviu para não darmos pelo tempo passar.

Obrigada Emanuel.





Já com todas as peças feitas havia que reuni-las e dar a forma definitiva ao lustre.
Decidida a forma final, colocaram-se os casquilhos e tal como o Victor previra, enfiar o fio eléctrico foi penoso, como não tinha as guias foi super difícil, sem a ajuda dos homens cá de casa não teria conseguido.

Para colocá-lo no tecto também teve que se fazer furos novos com buchas super resistentes pois o Lustre é bem pesado.

A escolha das lâmpadas também foi importante pois não queria uma luz branca, prefiro os tons mais quentes, aí o Osvaldo foi um excelente concelheiro, vendeu-me lâmpadas economizadoras casquilho fino de 25W , com as quais consigo obter uma luminosidade equivalente a 150W, agora fez-se  dia na zona de refeições.




































Cá está ele!

Os pingentes de vidro foram colocados com fio de cobre super fino com a ajuda de dois alicates, um de pontas outro de corte. Quando iniciei este processo julgava que iria ser bastante mais demorado do que as duas horas que  efectivamente levei.





































Os abajours são da Ikea, em Faro não encontrei nada desta medida.
Que tal? Parece acabado não é?
Mas não, quando concebi o design destinei o 1º nível do lustre para as lâmpadas com os abajours e no 2º nível idealizei colocar velas, para poder usá-lo de várias maneiras.




































Se repararem no 2º nível há 6 braços em vidro trabalhado, que terminam nuns pratos igualmente de vidro será aí que irei colocar as velas, só que ainda não encontrei o modelo ideal. Durante as minhas buscas de abajours, encontrei uns tubos a imitar velas antigas (como alguns dos candeeiros que desmanchei tinham) e penso que estes poderão servir de suporte às velas. Decidi que ia usá-los mas resolvi aplicar uns abajours de linho cru num tamanho mais pequeno, gostaria de ensaiar para ver como fica, só que em Faro não há, terei que investigar e tentar descobrir noutras paragens.

Que acham?

Se tiverem alguma ideia ou se souberem onde posso encontrar os mini abajours avisem tá?

Vou gostar de saber a vossa opinião sobre esta minha criação.

5 comentários:

  1. Adorei a precisão com que decorreu todo o processo de restauro e recriação!
    Parabéns está lindíssimo*

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  2. Ahhh ... finalmente ganhou vida o dito candeeiro!!! :)

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  3. Ganda trabalheira! Sabes que não é bem o meu estilo mas admiro a criatividade. É preciso ter coragem, muita paciência e um bocadinho de loucura, vá... Eu talvez tivesse jogado tudo fora.Pois... Já agora, que tal uns abajours mais pequeninos e esguios no piso superior? Não? ups...era só uma ideia...

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  4. Gostaria de saber se ha alguma loja onde possa comprar pingentes para lustres. tenho alguns mas estao partidos. Sou do distrito de aveiro mas moro em lisboa.

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  5. pergunta importante: Que tipo de fio usou para unir as peças?

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